sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Resenha A Mulher de Roxo

Editora: Assembléia Legislativa da Bahia
Aut@r: Patricia de Sá Moura
Capa: Bem sutil, a coleção é voltada bastante para quem deseja conhecer mais sobre a história da Bahia, de personagens, monumentos, locais, épocas e tantos outros motivos que movem a cultura de um determinado local, portanto, a capa não chama muita atenção como de uma literatura estrangeira em uma livraria, contudo, causa uma curiosidade. O que me decepcionou foi a diagramação e formação do livro, por ser um livro de produção do Governo do Estado da Bahia poderia ter uma produção mais elaborada e uma resistência um pouco mais elevada.
Narrativa: Apesar do português antes de algumas reformas, a leitura torna-se dinâmica e confortável.
Visão: Patricia de Sá Moura antes de mais nada traz muito a história da Bahia que a história de uma simples mulher. A autora traz a junção entre as duas coisas, fazendo da Mulher de Roxo um ícone participativo da história da cidade, onde seu jeito, suas vestes, sua cultura em si transforma-se eternizada em uma pintura e em um livro.
Sinto que a autora divide o livro em três distintas partes, onde o primeiro e o segundo, os dois mais longos capítulos, a mesma disserta sobre a Mulher de Roxo, sua origem, seus comportamentos e as mais variadas histórias de onde veio essa incrível personagem, contudo, a autora não afirma nem induz o leitor a pensar em qual história é mais verdadeira que a outra, deixando para julgamento próprio o que é verdade e o que não é (e até mesmo se tudo é mentira ou verdade!). O terceiro e o quarto capítulo trazem a exaltação do cotidiano da Mulher de Roxo que sempre conviveu na rua Chile e perambulou pelas ruas do centro da cidade de Salvador. É nestes terceiro e quarto capítulo que a autora mistura a vertente histórica da cidade com as rotas e costumes da andarilha inusitada.
A partir do quinto capítulo ao último, décimo primeiro, a autora traz as maneiras que a sociedade baiana convivia com a Mulher de Roxo e vise e versa. Nesta perspectiva, a autora traz as histórias que foram registradas em jornais, depoimentos, comerciantes do local e da própria Mulher de Roxo, afinal, ela também tem voz própria para contar sua própria história.
É um livro maravilhoso por dois motivos: Porque conta a história de uma mulher que seria considerada mais uma entre tantas outras denominadas de “loucas” em uma personagem história e “imortal” do centro da cidade e relata muito conteúdo histórico da cidade de Salvador, onde a autora demonstra e repassa extremo conhecimento sobre a cidade, sua construção, evolução e crescimento, tornando o livro cada vez mais interessante para os públicos que conhecem a cidade de Salvador e para os públicos que não conhecem a mesma, oferecendo uma oportunidade de vislumbrar a cidade, seu encanto nos períodos antigos (e modernos também) acompanhado de um acervo fotográfico excepcional. 

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